Gala Solidária - 24 de outubro - 15€/pessoa para público em geral e 10€/pessoa para associados e seus familiares
Outubro é o mês dedicado à sensibilização para o cancro da mama — o tipo de cancro mais comum em 157 países e também a principal causa de mortalidade por cancro entre as mulheres no mundo. Só em 2022, foram diagnosticados, a nível mundial, 2,3 milhões de casos de cancro da mama e registaram-se 670 mil mortes. Desde 1980, a mortalidade associada a este tipo de cancro tem vindo a diminuir, graças a fatores como a promoção da saúde para deteção precoce, o diagnóstico atempado, a gestão integral do cancro da mama e os avanços nas terapias disponíveis.
Atualmente, o tratamento primário do cancro da mama consiste em cirurgia, radioterapia e hormonoterapia ou quimioterapia adjuvantes, quando indicadas. Estes tratamentos têm contribuído para o aumento das taxas de sobrevivência, mas também podem provocar efeitos no cérebro das mulheres sobreviventes. Um desses efeitos é o chamado quimiocérebro — um défice cognitivo associado à quimioterapia que surge em cerca de um terço das pacientes após o tratamento oncológico, causando problemas de memória, sensação de “nevoeiro mental” e dificuldades de concentração, aprendizagem de novas competências e realização de múltiplas tarefas.
Outros efeitos da quimioterapia incluem atrofia cerebral e deterioração cognitiva. Um estudo-piloto avaliou o impacto da quimioterapia no cérebro de mulheres com cancro da mama não metastizado que receberam antraciclinas, taxanos ou ambos, no último ano. Os resultados demonstraram que as mulheres com pontuações neurocognitivas mais baixas (idade média: 55 anos) apresentavam atrofia significativa nas regiões frontal, parietal e cingulada. De acordo com o investigador principal, Dr. Paul Edison, do Imperial College London, em Londres, os problemas de memória observados nestas pacientes poderão refletir alterações subjacentes na estrutura cerebral. Embora os resultados sugiram que a quimioterapia pode contribuir para o dano neuronal, é necessária mais investigação para determinar se existe uma relação causal.
Relativamente ao risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer, um estudo retrospetivo realizado na Coreia do Sul concluiu que o tratamento oncológico não aumenta esse risco. O grupo de investigação analisou os dados de mais de 70 mil mulheres sul coreanas sobreviventes de cancro da mama (idade média: 53,1 anos) que se submeteram a cirurgia e a tratamentos subsequentes (radioterapia, quimioterapia ou endocrinoterapia), com o objetivo de determinar se apresentavam maior vulnerabilidade à doença de Alzheimer. Durante um período médio de acompanhamento de cerca de sete anos, as sobreviventes de cancro da mama revelaram um risco ligeiramente inferior de desenvolver a doença de Alzheimer em comparação com mulheres sem a patologia.
Além disso, o risco de desenvolver Alzheimer foi significativamente menor entre as sobreviventes que também receberam radioterapia. Os resultados indicam que “não existem dados sólidos que sugiram que o tratamento do cancro aumente o risco de desenvolver esta doença”, referiu o Dr. Tim Ahles, psicólogo do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque.
Por outro lado, a quimioterapia também pode causar toxicidade musical aguda em pacientes que são músicas. Um estudo realizado pela Mayo Clinic, nos Estados Unidos, revelou que uma em cada quatro mulheres que se identificavam como músicas apresentava problemas como diminuição da resistência e precisão na execução musical, dificuldades em tocar ou ver, e alterações nas técnicas musicais — sendo a quimioterapia a causa mais frequente desses sintomas.
O quimiocérebro, o défice cognitivo, a atrofia cerebral e a toxicidade musical aguda são apenas algumas das complicações reportadas associadas ao tratamento oncológico em mulheres com cancro da mama. Por este motivo, é fundamental que estas manifestações não sejam ignoradas e que o estado cognitivo das pacientes seja avaliado de forma contínua ao longo do seu percurso clínico.
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