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Síndrome metabólica associada a maior risco de recorrência e mortalidade no cancro da mama

2025-05-30

Síndrome metabólica associada a maior risco de recorrência e mortalidade no cancro da mama

Estudo revela que a síndrome metabólica aumenta significativamente o risco de recorrência e mortalidade em mulheres com cancro da mama.

Mulheres diagnosticadas com síndrome metabólica no momento do diagnóstico de cancro da mama apresentaram um risco significativamente mais elevado de recorrência e mortalidade do que aquelas sem a condição, segundo uma meta-análise que incluiu mais de 42.000 sobreviventes.

Metodologia

Estudos anteriores já indicavam que mulheres com síndrome metabólica têm maior probabilidade de desenvolver cancro da mama e pior prognóstico após o diagnóstico.

Para compreender melhor os potenciais efeitos negativos da síndrome metabólica no prognóstico das doentes, investigadores realizaram uma meta-análise de 17 estudos (observacionais e ensaios clínicos) envolvendo 42.135 sobreviventes de cancro da mama (idade média: 53,2 anos). O objetivo foi avaliar a associação entre síndrome metabólica e os desfechos do cancro da mama.

A síndrome metabólica foi definida segundo a American Heart Association como a presença de três ou mais dos seguintes cinco fatores de risco: hipertensão arterial, níveis elevados de triglicerídeos, níveis reduzidos de colesterol HDL, níveis elevados de glicemia em jejum e obesidade abdominal.

O principal desfecho avaliado foi a sobrevivência livre de doença, definida como o período desde o diagnóstico até ao primeiro evento relacionado com o cancro da mama (recorrência ou morte). A duração média do seguimento foi de 94,8 meses.

Conclusões Principais

As sobreviventes de cancro da mama com síndrome metabólica apresentaram um risco 69% mais elevado de recorrência comparativamente às que não tinham a condição.

  • Verificou-se também um risco significativamente mais elevado de mortalidade por cancro da mama (razão de risco [HR]: 1,83), menor sobrevivência global (HR: 1,79) e menor sobrevivência livre de doença (HR: 1,57).
  • A associação entre síndrome metabólica e pior prognóstico no cancro da mama manteve-se consistente em diferentes regiões geográficas, incluindo América do Norte, Ásia e Europa.
  • Numa análise de subgrupos, em mulheres pós-menopáusicas, a associação entre síndrome metabólica e pior sobrevivência livre de doença foi ainda mais forte (HR: 1,80).

Implicações Práticas

“Os resultados deste estudo realçam a importância da monitorização metabólica em sobreviventes de cancro da mama. Investigações futuras devem centrar-se em avaliar como o controlo lipídico, a reversão da diabetes e escolhas de vida saudáveis podem reduzir a prevalência da síndrome metabólica nesta população e, consequentemente, melhorar a sobrevivência”, concluíram os autores.

“Embora o nosso estudo não tenha investigado os mecanismos biológicos subjacentes às associações observadas, é provável que múltiplos mecanismos interativos — principalmente induzidos por alterações moleculares relacionadas com a obesidade e inflamação crónica — estejam na origem da ligação entre síndrome metabólica e pior prognóstico no cancro da mama”, referiu o autor principal num comunicado do Congresso Europeu de Obesidade, em Málaga, Espanha.

 

Limitações do Estudo

As limitações incluem a heterogeneidade dos estudos incluídos e o viés de publicação. A diferença entre os riscos para sobrevivência livre de doença e mortalidade por cancro da mama poderá estar relacionada com a definição alargada de "sobrevivência livre de doença", que incluiu tanto a recorrência como a morte por qualquer causa. Além disso, o estudo não estratificou os resultados por subtipo de cancro da mama ou tipo de tratamento recebido.

Fonte: https://www.medscape.com/viewarticle/metabolic-syndrome-linked-higher-mortality-risk-breast-2025a10009qn

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