O diagnóstico de cancro é o início de uma longa jornada que exige apoio integral e cuidado humanizado.
Receber um diagnóstico de cancro é sempre assustador. Mas o verdadeiro impacto vai muito além da doença em si: é um desafio que atinge todas as vertentes da vida — física, emocional, relacional e psicológica. É ainda o início de uma longa jornada que exige apoio integral e cuidado humanizado.
Da notícia ao caminho: uma abordagem multidimensional
Um diagnóstico oncológico não se esgota nas decisões médicas. Saber o que esperar das terapias e dos efeitos secundários é essencial. Mas tão importante quanto isso é o suporte para a saúde mental, a alimentação adequada, o sono de qualidade e o acompanhamento familiar e social. Numa abordagem realmente eficaz, profissionais de várias áreas — oncologia, nutrição, fisioterapia, psicologia — atuam como equipa, cuidando da pessoa em todas as suas dimensões.
Alimentação: combustível para o corpo e a mente
Uma dieta personalizada, adaptada ao tipo de cancro e ao tratamento, pode ajudar a manter força, reduzir efeitos adversos, prevenir infeções e acelerar a recuperação. A alimentação saudável é também um fator de sustentabilidade emocional, contribuindo para o bem-estar global do doente.
Sono: pilar da recuperação
As perturbações do sono são comuns entre pessoas com cancro, tanto durante como após o tratamento. A fadiga, a hospitalização ou o impacto psicológico podem afetar profundamente o descanso. Atividades como ioga, caminhadas ou hobbies favorecem não apenas o sono, mas também o equilíbrio emocional.
Sexualidade: um aspeto muitas vezes esquecido
Tratamentos oncológicos podem afetar a libido, a função sexual e a imagem corporal. A prática de exercício físico e o acompanhamento psicológico são fundamentais para restabelecer a intimidade e a autoestima. Falar abertamente com os profissionais de saúde é um passo essencial para uma requalificação da vida afetiva.
Relações familiares e de amizade: o impacto coletivo da doença
O cancro altera dinâmicas familiares e sociais. O mesmo afeta os filhos, amigos e pessoas próximas. A culpa por não estar disponível ou a dificuldade em lidar com a presença física e emocional pode gerar tensões. Um diálogo honesto, o apoio especializado e uma escuta acolhedora permitem viver com dignidade essa realidade compartilhada — não em isolamento, mas em rede.
Humanizar os cuidados oncológicos: por quê?
Cada pessoa é única e traz consigo uma história, um contexto, uma voz. Humanizar o cuidado — ou seja, escutar, respeitar e ver o doente como um todo — é tão importante quanto qualquer intervenção clínica. Valorizar essa singularidade fortalece o tratamento e traz esperança para além do diagnóstico.
VOLTARFonte: https://www.sabado.pt/c-studio/detalhe/cancro-muito-mais-que-um-diagnostico
